Já aviso que é um desafio explicar este tópico de SER X ESTAR sucintamente de forma escrita. Hoje você fará parte de um experimento meu. Movimento no qual estou insistindo dado a importância deste entendimento para o seu desenvolvimento individual.
Darei o meu melhor e ficarei muito feliz de receber seus comentários sobre como você recebeu esta tema do outro lado 👇🏽
Como já dizia o poeta Shrek, os ogros são como cebolas: feito de camadas.
Assim também somos nós, humanos: feito de camadas e também de um miolinho.
Agora bora entender a diferença dos dois.
Uma confusão que costuma ocorrer é misturar quem SOMOS com quem ESTAMOS.
A parte do SER tem a ver com sua essência (sua alma, Self, como quiser chamar).
É a sua parte original, sem interferências externas.
Sua natureza real. Seu código primário.
Já a sua essência em uma experiência humana vai começar a receber influências desde : a intenção do seu nascimento, sua fecundação, gestação, nascimento, criação e história de vida.
Essas influências começam a formar as camadas externas, que estamos aqui chamando de ESTAR (por sua característica mais transitória). O ambiente onde você nasce, então, já começa a trazer experiências que você absorve para si. Quanto mais jovem, mais permeável você é para o meio a sua volta. Ou seja, mais você absorve sem se dar conta.
Como absorvemos desde o comecinho de nossa vida, alguns comportamentos estão há tanto tempo com a gente, tão encruado, que começamos a achar que SOMOS aquilo. A se identificar com as camadas externas. Do tipo:
Eu sou uma pessoa ansiosa.
Meu pai é ranzinza.
Minha mãe é nervosa.
Minha irmã é tímida.
(e por aí vai)
Mas cada uma dessas características correspondem às camadas que fomos absorvendo e acumulando “em volta” da nossa essência que não explicam quem verdadeiramente somos lá no miolinho. Explicam as máscaras que fomos adquirindo e formando para conseguir lidar com os conflitos, desafios e dores que tivemos que enfrentar. Uma tentativa de proteção, mas que não protege tanto assim.
Duas formas muito comuns de criarmos estas camadas são:
Resposta emocional a algo vivido (também conhecido como trauma).
Ex: Isabela foi reprimida por se expressar com os primos mais velhos quando tinha 4 anos e isso a fez ficar insegura com sua comunicação. Desde então, começou a se calar e a sentir ansiedade na hora de se expressar em grupos. A reação emocional de Isabela não é um traço de sua natureza, é uma resposta a uma vivência incômoda que passou que afeta até hoje seu comportamento. O fato de alguém não acessar ou não lembrar seus traumas não significa que eles não afetem este indivíduo, apenas que estão no subconsciente.
Padrão familiar: algo que eu absorvo de meus ancestrais. Eu posso repetir este padrão tanto por identificação com ele quanto por rejeição a ele. Exatamente o que você acabou de ler, mesmo eu rejeitando estarei repetindo este padrão em minha vida. Pois das duas formas estou agindo de forma inconsciente ou reativa [Aguarde o texto que está por vir sobre aceitação, caro leitor, que irá ajudá-lo caso este tema pareça complexo para você]. Ex:
a. Identificação: meu pai é controlador e autoritário mas aprendi a associar isso com sucesso, me identifico e desejo sucesso para mim, logo acabo sendo controlador e autoritário como ele.
b. Rejeição: rejeito a característica de controle e desejo fortemente e não quero que meus filhos passem pelo que eu passei com o meu pai. Aí vou educar eles para o extremo oposto porém controlando também suas experiências, mas achando que saí do controle (tá vendo a pegadinha?)
Já para sair destas reações inconsciente e migrarmos para uma forma mais consciente, é preciso compreender a nossa história, aceitar o passado para assim conseguir construir uma nova configuração para mim e deixar este presentinho para o campo familiar(pacotinho que talvez será aberto e usufruído por um primo mais novo ou uma sobrinha, quem sabe).
Suas camadas externas vão estar repletas de:
Crenças e julgamentos
Padrões emocionais (a forma como eu reajo às cenas da vida)
Os comportamentos reativos que vêm das suas camadas externas, irão gerar algum tipo de desequilíbrio em sua vida (conflitos, bloqueios, desconfortos, etc.) e vão impactar em diversas áreas de sua vida (relacionamentos, saúde, trabalho, etc.)
Mas quando uma atitude vem da nossa real natureza (dos arquivos do nosso SER) ele não gera desequilíbrio para nossa vida. Não há contra-indicações pois ela vem alinhada com o que nos fará crescer e evoluir.
Esse entendimento da diferença entre atitude da essência e comportamentos das camadas externas é essencial para compreendermos o processo de desenvolvimento humano.
Para ativar a potência criadora de um indivíduo é necessário que ele ganhe consciência dos comportamentos aprendidos e incorporados (camadas externas) para então começar a acalmar e silenciar este ruído caótico (imagina quantos personagens ficam ali gritando). Só assim conseguirá sair do modo automático (reativo) e dar espaço para a essência se manifestar com mais frequência.
É neste momento, incusive, que aparecem os talentos que estavam ocultos porque de fato eles estavam lá nas profundezas esperando um espacinho para se expressarem por meio de você.
Para que possamos crescer e nos desenvolver, precisamos deixar nossa essência se manifestar. É somente se reconectando a ela (e agindo a partir deste centro) que conseguiremos viver de forma mais:
criativa
leve
abundante
fluida
virtuosa
amorosa
realizadora
Sua real natureza (sua essência), não vai trazer desequilíbrio pra sua vida. Se há um efeito colateral “negativo” pro individuo, isso está vindo de uma camada exterior.
A única forma de você achar que sua natureza é um “problema” é caso você ainda esteja identificado com distorções sobre algumas características. Vamos dizer que você descubra que tem uma habilidade forte de sonhar. Mas em sua família de pessoas muito ocupadas “no corre” pra garantir a sobrevivência, ter um filho sonhador era uma ameaça. Aí você aprendeu que ser sonhador é um problema. Mas , isso é apenas uma distorção que você aprendeu com seu sistema familiar e social.
Provavelmente você veio trazer uma nova configuração pra sua família, onde neste momento é preciso reaprender a sonhar e enxergar além do imediato.
Assumir a sua natureza é assumir a sua contribuição para o mundo.
EM RESUMO
Quem SOU é algo mais profundo e perene e quem ESTOU é algo transitório e passível de transformação.
As camadas externas são absorvidas pela sua história mas geram desequilíbrio para sua vida. Para expandir e crescer é preciso se desidentificar dessas camadas para dar espaço para sua essência se manifestar com maestria.
Assumir a sua essência é lembrar PARA QUE você está aqui afinal.
Bora resgatar a sua verdadeira natureza?
Foi super querendo! Seu perfil é um dos poucos que entro e busco de maneira proposital para me nutrir e também achar que vale o mergulho profundo!
Ana eu me sinto tão tão contemplada por você. Tantas coisas que penso e sinto você traz de uma forma muito semelhante ao que penso porém que ainda não consigo parar para escrever. Eu sinto um conforto quase como um encaixe. Penso: “é isso! Ela sabe do que está falando.”Obrigada por expor de maneira tão honesta, generosa e profunda suas reflexões. Gosto que você aprofunda os temas sem usar esteriótipos, eu explico: eu estudei Thetahealing e vejo alguns conceitos semelhantes em várias coisas que você escreve porém sem aquela aparência “do místico “que muitas pessoas descredibilizam. Enfim te agradeço!